A grande discussão hoje sobre Educação a Distância no Brasil gira em torno da sua eficiência enquanto meio de formação intelectual que atenda as necessidades de mercado. Porém, se fomos avaliar desde quando este ensino é realizado, ele é muito mais antigo que as transformações tecnológicas e o advento da internet no mundo.
Segundo Barros “Seu início foi marcado no século XVIII, quando um jornal dos Estados Unidos enviava as matérias anexadas ao mesmo. Porém, existem controvérsias sobre o surgimento da mesma, pois alguns pesquisadores relatam que seu início foi em 1881, pela Universidade de Chicago, através do curso de língua hebraica, e outros consideram seu surgimento em 1890, na Alemanha, ambos por correspondência. No Brasil, o ensino a distância apareceu somente nos anos sessenta, as aulas eram transmitidas por rádio, com algum material impresso. O Instituto Universal Brasileiro e o Instituto Monitor foram os maiores responsáveis pelo ensino a distância no Brasil, com uma gama maior de cursos, como técnico em eletrônica, secretária, técnico em contabilidade dentre outros. Tivemos também os cursos supletivos, que tiveram grande aceitação da população que optou por essa formação.”
Ainda com olhos receosos, categorias profissionais, empresas e profissionais do ramo educacional criticam fortemente este processo de forma até discriminatória. Um exemplo dessa postura foi do Conselho Federal de Serviço Social – CFESS ao lançar a campanha “Educação não é fast-food”, sob a alegação da defesa do ensino presencial de qualidade, fazendo analogia que este tipo de ensino neste modelo é fraco e vago, como uma refeição sem valor nutritivo. Recentemente esta campanha foi suspensa através da liminar concedida pelo juiz federal Haroldo Nader, da 8ª Vara de Campinas (SP), em ação cautelar movida pela Associação Nacional dos Tutores de Ensino a Distância (Anated).
Com o mercado de trabalho cada vez mais exigente e as pessoas cada vez mais sem condições econômicas, físicas, de locomoção e também emocionais, pois o tempo com a família tem sido cada vez estrangulado pela corrida diária freqüentar diariamente um curso é quase inviável, portanto os cursos a distância vem se tornando uma alternativa cada vez mais efetiva e prática na realidade cada vez mais escassa de tempo das pessoas.
Segundo publicação da Revista Ensino Superior “O aluno do ensino a distância é majoritariamente feminino para cursos de graduação e pós-graduação, na rede federal. A idade média é maior do que na educação presencial: o número de alunos com mais de 30 anos corresponde a 35,8% das instituições da amostra. Do total, 29% afirmaram que seus alunos têm renda superior a três salários mínimos, contra 21% com renda superior a esse valor.”
Isso não significa que o curso seja vago ou fácil, muito pelo contrário, o aluno que participa desta modalidade tende a ser muito mais comprometido com sua formação, posto que ele que deverá se organizar para pode atender sua meta pessoal. A diferença é que ele não ficará preso somente a visão que o professor tende a defender em sala de aula, ele terá várias fontes de pesquisa ao sentar-se frente ao computador, pois ao mesmo tempo em que ele utiliza as ferramentas pedagógicas específicas ele procura mais, pela facilidade de acesso às informações no mundo “net”.
Assim são exigências desta modalidade para o aluno como divulgado no blog do educação à distância: “O estudante de EaD tem alguns diferenciais. Ao contrário do curso presencial, é ele quem vai conduzir o próprio estudo, e não o professor. O estudante precisa se organizar e dividir bem o tempo. Dados do censo 2009 da Associação Brasileira de Educação à Distância (ABED) apontam que 53,4% dos alunos de EaD são mulheres e a faixa etária mais presente é a que vai de 30 a 34 anos. “Também é uma modalidade de aprendizagem adequada às pessoas mais experientes e com necessidades de formação para aperfeiçoamento na vida profissional”, ressalta Gaio.”
Como diz o prof. Moran em seu blog, o que o ensino, tanto presencial quanto a distância, precisa é de mais ousadia, pois ainda ficam presos a formas previsíveis e pouco atraentes. As escolas precisam focar não só a vida acadêmica deste aluno, mas as realidades profissionais que este aluno irá enfrentar no seu cotidiano, transformando seu modo de vida, de interpretar o mundo, se tornando pessoas plenas. Isso implica em o aluno não só esperar a aula acontecer, mas sim agregar a esta aula outras informações que possam deixá-la mais rica, pois ele ao estudar já viu em outros meios, principalmente na internet, alguma informação nova.
Durante todo este período de pesquisa sobre a educação a distancia, verifiquei que a modalidade de ensino não é tão antiga assim, contudo como tomou força com o avanço da tecnologia, contudo vem causando estranheza, assim como no período que foram introduzidos os computadores nas empresas e a grande revolta foi que o homem seria substituído por estas máquinas... esta analogia neste momento também é contundente, pois muitos profissionais da área da educação acreditam que serão substituídos pelos computadores.
Ora, quem liga o botão para as máquinas funcionarem nas empresas é uma pessoa, que teve que se readequar as novas demandas, assim é a educação à distancia: o saber vai continuar, contudo só mudará o meio de sua transmissão e é preciso que todos se adéqüem a esta realidade.
É um tema rico, atraente e bastante controverso ainda, isso até que essa realidade tenha tomado nossas vidas cotidianas, visto que a tendência do mundo moderno é aprender com os outros, porém estreitando fronteiras, o que permite a educação à distância, que liga extremos dos países e do mundo através da formação intelectual e pessoal na velocidade das redes na internet. Neste sentido, o Ensino a Distância não forma só para o mercado de trabalho, mas também forma para as diferentes situações da vida.
Fontes:
Barros, Jussara, Educação a Distância http://www.brasilescola.com/educacao/educacao-distancia.htm, acesso em 15/08/2011
Estudo revela novo perfil dos alunos de EAD, Revista do Ensino Superior in http://www.abraead.com.br/clipping2009/5.html, acesso em 01/09/2011
Professor ainda vê o computador como intruso na sala de aula, em http://www.educacaoadistancia.blog.br/professor-ainda-ve-o-computador-como-intruso-na-sala-de-aula/ acesso em 27/07/2011